segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Akko no terceiro dia






Chegámos à estação de comboio para comprar bilhete e a senhora dizia que não havia. E nós sem perceber. Lá balbuciuo qualquer coisa enquanto apontava para umas folhas A4 coladas na parede da estação com os típicos caracteres indecifráveis em hebraico. Ficámos na mesma, mas aparentemente a linha estaria interrompida ou qualquer coisa do género. Apanhámos um comboio apenas para Haifa, a uns 20 km, e depois logo se via como chegar a Akko.
No comboio (1 hora), estavamos a pensar marcar sítio para ficar no dia seguinte em Nazareth. Já tinhamos tentado na internet, mas nada. Iamos ligar dos nossos telemóveis para um convento de carmelitas, mas pensámos que talvez não fosse fácil sem falar hebraico. Pedimos ao rapaz (militar, claro) que estava à nossa frente se ele não se importava de nos tentar marcar a dormida. Ele acedeu. O convento estava cheio, como todos os outros alojamentos que vimos.
Continuámos a falar com o militar sobre trivialidades. Mudámos entretanto de comboio, e este ia cheio. Fomos em pé ao lado das armas e dos militares, por uns 15 minutos até Haifa. Entretanto uma militar mete-se connosco, dizendo que ia apanhar um autocarro que passava em Akko. Era a Lilly. Fomos com ela. Passámos vergonha à chegada à estação porque o nosso bilhete já não dava para ali, mas foi fácil, foi só comprar um suplemento de 7 NIS (1,5 euros). Se fosse em Portugal acho que os turistas iam ser violentamente fustigados, humilhados e ainda lhes cobravam 150 euros de multa. Seguimos para a estação de autocarros com ela, esperámos um pouco e lá fomos para Akko num autocarro cheio de gente.
Akko é mais uma cidade mourisca, cheia de história e património mundial. Fica junto ao mar e a parte antiga é muralhada. Comemos muito bem num restaurante perto da estação de autocarros. Visitámos a mesquita, que era bonita, mas nada de especial. Visitámos também um túnel dos templários. Andámos pelas ruas e os miúdos andavam todos com armas de plástico, ou pelo menos assim pensámos. Esperemos que nunca um daqueles militares chega a casa e o seu filho ou irmão mais novo resolve ir brincar com a arma verdadeira, que andasempre carregada, na rua e nos transportes públicos, mesmo quando não estavam em serviço. Alguns disparavam mini balas de plástico (tipo bolas de esferovite) a nós, e tinham boa pontaria. Aquilo ainda aleija, mas pouco, pelo menos na roupa.
Vimos um por do sol maravilhoso, acompanhado do chamamento para ir rezar nas mesquitas, e começou a ideia do Pedro que os 5 chamamentos diários para a reza eram um bocado má vizinhança. Tentei lembrá-lo dos 4 chamamentos horários dos sinos das igrejas, mas ele não se conformou. Como é fácil esquecer essas coisas quando se está noutro país!

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