domingo, 29 de agosto de 2004

A minha companhia

É lindo computadorzinho que serve para tudo, assim houvesse luz: trabalhar, ouvir música, ver filmes, escrever mails offline (e leva-los no flash disk, porque não me deixam usar o meu na net, infelizmente), escrever memórias, armazenar fotos, ver fotos… Se não tivesse trazido computador não sei o que seria de mim!

Aqui no Tchindjenje o principal problema é que não me enquadro nesta sociedade, nem sequer sou bem tolerada. Isto nunca me tinha acontecido desta maneira. Por exemplo no Lubango, as pessoas eram simpáticas, apreciavam o nosso trabalho, pediam ajuda naquilo que não sabiam fazer, ajudavam-nos no que podiam e no que não podiam, enfim, acho que genuinamente gostavam de nós. Aqui não é nada assim. As pessoas nunca tiveram água em casa porque no tempo em que alguém aqui a tinha elas moravam no mato. Nem sequer percebem a importância. Não falam português, nunca viram uma mulher de calças nem uma pessoa branca… Têm mesmo medo de mim! É outro mundo mesmo! E Porque viver numa casa com ratos ou baratas, atravessar duas valas de esgoto até ao lado oposto da rua ou não ter água para tomar banho, já são coisas a que me habituei, e muito mais facilmente do que a não ter ninguém com quem falar… Benditos sejam os livros, os computadores e a luz eléctrica! E o fim de semana na civilização (Huambo)!

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