domingo, 24 de outubro de 2010

Kanchanaburi

Chegámos no dia 4 de Outubro a Bangkok, com hotel reservado em Kanchanaburi, a 2 horas de comboio.

Assim que chegámos ao aeroporto fomos ao tourist information ver qual a melhor maneira de ir para a estação. Lá nos explicaram que o melhor era ir de comboio até ao centro da cidade e depois apanhar um taxi.

Assim fizémos e, por uma unha negra, apanhamos o comboio mesmo a horas. 3a classe com ventoinhas pelo caminho de ferro construído na 2a guerra mundial por presos maioritariamente ingleses e americanos, resultado da rendição de Singapura aos japoneses. 300 e tal km construidos em menos de 2 anos, para ligar Bangkok à na altura capital da Burma, Rangoon.

Demorámos um pouco mais, quase meio dia a chegar, porque a linha de caminho de ferro estava inundada e tivémos que sair numa cidade para apanhar um autocarro, mas ainda tivemos que perceber onde é que se apanhava.

Toda Kanchanaburi e arredores se baseia na construção da linha de caminho de ferro, com museus, sítios a visitar, locomotivas a vapor e pontes a ver, entre as quais a "Ponte sobre o rio Kwai" muito famosa graças ao filme. Há umas 600 pontes nesta linha de caminho de ferro, a maioria feitas em madeira, só 7 em aço.

Há ainda a ver e experimentar as nascentes de água quente, não surpreendentemente descobertas pelos japoneses, tigres e elefantes (que nós não vimos) e cascatas.

As massagens tailandesas também começaram a ser experimentadas aqui por nós na sua vertente com óleo e foi mto fixe!

O regresso foi de autocarro, directo ao centro de Bangkok, para apanhar de novo o comboinho para o aeroporto, que ficámos a conhecer tão bem, desta vez rumo a Singapura!

A grande e estonteante viagem de 2010

A grande e estonteante viagem de 2010 começou com a procura de um voo para um destino perto de Singapura que não fosse caríssimo. Porquê Singapura? Porque tínhamos lá amigos, uma excelente desculpa para um passeio ao outro lado do mundo. E assim, lá fomos para Bangkok, capital da Tailândia, no dia 3 de Outubro.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ski na Bulgária

Normalmente não posto nada sobre estas viagens mais... aquilo que se pode considerar de "normais". Mas pensando bem, quem e que se lembra de ir esquiar para a Bulgária? Só mesmo nós!

3 de nós já tinham estado na Bulgária há 13 anos atrás. A miséria nessa altura era chocante para as nossas consciências de 20 aninhos... E esperávamos que a Madame Dimitrova que nos alugou um quartinho em Sófia dessa vez pudesse agora comer mais do que 1 pimento e o nosso leite estragado por dia.

E foi assim que decidimos ir para Bansko.

Lá nos decidimos por comprar a viagem de avião na easyjet. As 4 viagens, na verdade: Lisboa-Milão, Milão-Sofia, Sofia-Milão e Milão-Lisboa custaram 160 euros, no total, por pessoa.

Quanto ao alojamento, primeiro reservamos no http://www.booking.com num aparthotel em que se podia cancelar a reserva quase na véspera. Chamava-se Mont Blanc e custava 511 euros por um apartamento com 3 quartos para até 8 pessoas (preço total por 7 noites). No entanto, depois de alguma insistência nossa no site oficial do ski na Bulgária (www.bulgariaski.com), lá nos conseguiram dizer que o mesmo apartamento com 3 quartos no aparthotel Mont Blanc custava apenas 360 euros para as mesmas 7 noites. E não, não estou a falar do preço por pessoa. O aparthotel tinha um mini spa com sauna, banho turco e jakuzi que custava mais 6 euros por dia por pessoa. Reservámos 1dia.

Ainda era preciso ir de Sofia para Bansko. Então reservámos um fantástico transfer aqui: http://www.motoroads.com/airport-hotel-transfers.html que nos custou 166 euros no total, ida e volta, numa carrinha com 8 lugares. Eramos 7, ficou a 23 euros por pessoa.

Como tivémos que passar umas horas da noite em Milão, resolvemos reservar também um hostel, 15 euros a cada 1 em quartos de 4, com direito a transfer de e para o aeroporto de Malpensa (http://www.hostelworld.com/hosteldetails.php/Malpensa-House/Malpensa/6625).

E esta foi a parte das reservas. Esperávamos que tudo corresse bem. Há 13 anos atrás não tinha sido fácil comunicar em Sofia, não tinha sido fácil encontrar comida, não tinha sido nada fácil a não ser apanhar um comboio para longe dalí. O que nos esperaria?

Chegámos a Milão e, como combinado, ligámos ao nosso hostel. Vieram-nos buscar em 5 minutos! Não tinhamos jantado e em Itália era mais 1 hora, eram quase 23. Perguntámos se havia algum restaurante ou take away nas redondezas. Ligaram para um restaurante e uma carrinha em 5 minutos foi-nos buscar ao hostel e levar-nos ao restaurante. Comemos umas pizzas e vieram-nos trazer outra vez ao hostel para umas 4 horas de sono. Às 6 da manhã lá voltámos para o aeroporto para apanhar o voo pra Sofia. Chegámos a Sofia e lá estava o nosso transfer, com uma plaquinha com o meu nome! Fomos para a nossa mercedes vito de 9 lugares e 3 horas depois chegaríamos a Bansko, direitinhos ao Mont Blanc. Ainda parámos numa estação de serviço para almoço. O motorista não falava quase nada que não fosse Búlgaro mas sabia umas palavras e foi divertida a comunicação. Especialmente porque até a comunicação corporal é diferente. Abanar a cabeça a cabeça para cima e para baixo é "não" e para os lados é "sim". E em búlgaro, "curva" é uma senhora das que costumam estar nas curvas, se é que me entendem. Enfim, uma animação! Fomos a cantar as músicas dos anos 80/90 que o sr. motorista tinha num CD. Foi muito animado!

Chegámos a Bansko e amámos o nosso apartamento. Para quem está habituado a apartamentos da Serra Nevada ou Andorra, minúsculos, com beliches nas arrecadações e com a loiça e o exaustor a pingar gordura, era um verdadeiro luxo. Tinha 3 bons quartos, 3 WC, 2 termoacumuladores de 120 litros, uma sala enorme com um sofá cama, 1 sofá pequeno, 3 puffs, mesa grande no meio, lareira e kitchnet excelentemente equipada (microondas, kettle, frigorífico, forno, placa, loiças).

Fomos reconhecer o local, alugar equipamento e comprar os forfaits. Alugámos equipamentos de ski completos por 7 dias por 50 euros na Fisher. Não eram do melhor, mas, lá está, comparados com Andorra e Serra Nevada nos sítios mais baratos eram ao mesmo nível.

O forfait sai mais ou menos a 25 euros por dia, com 1 euro de desconto por cada dia a mais do que o primeiro, mais ou menos.

Comprámos umas coisinhas pró pequeno almoço num dos muitos supermercados abastecidos com tudo o essencial.

Jantámos num restaurante mesmo ao lado do Mont Blanc, o Torito (aliás, jantámos lá diversas vezes). Era muito bom e ficava mais ou menos por 10 euros por pessoa por um manjar com tudo a que tinhamos direito: sopa, entradas, prato, bebidas (aguas para espanto da sra.) e sobremesas violentas.

No dia seguinte, com a pica toda, lá fomos pró ski. Nevava bastante. Mas o piro foram 2 horas na fila para subir nas primeiras cadeirinhas... Com o entusiasmo não foi desesperante, mas eu evitei as filas nos dias seguintes indo para as pistas so as 10:30. Os meus amigos mais rijos iam logo de manhã, alguns dias mesmo à hora de abertura, que era as 9:30. Era o único senão de Bansko, essa espera.

Lá em cima, a estância é optima, neve de excelente qualidade, muto bem cuidada, com tudo o necessário. Os meios mecânicos são novos e rápidos e nunca se esperava muito nas filas. São 70 km de pistas, que muitas têm mais de 5 ou 10 km. É excelente porque depois de passar 10 minutos numa cadeirinha a subir, podia-se descer durante 1 hora à vontade. Confesso que para mim às vezes era doloroso descer devagar porque os entre os -6º e os -16º faziam-se sentir quando arrefeciamos ou ainda não estávamos quentes, no meu caso, especialmente nos pés e mãos. O corpo com 4 camadas e gorro (muito importante!!! nunca tinha esquiado com gorro antes, graças à minha arta cabeleira e ali era essencial) estava perfeito.

Para almocinho nas pistas, recomenda-se a Pita Shoarma lá pra cima, por 3,5 euros, e o chá ou vinho com mel para aquecer as mãos e o corpinho.

Em resumo, Banso é uma estância muito agradável, mas talvez um pouco pequena para os mais avançados.

Os dias passaram entre o ski, os jantares no Torito e pouco mais. No último dia ainda passeámos por Bansko à tarde porque estava muito vento e frio lá em cima. Andámos pelas lojas de antiguidades e pela igreja, que descobrimos quando fomos comprar postais.

Uma semana muito bem passada!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

Proibido incomodar

No Japão, incomodar alguém parece ser um dos maiores insultos possíveis. É proibido incomodar! Assim, deixo aqui uma breve lista de exemplos do que é proibido no Japão, supondo eu que tudo tem a ver com o ser proibido incomodar:
Proibido fumar em todo o lado, inclusive na rua fora dos locais especificamente determinados. É permitido fumar em estabelecimentos comerciais (restaurantes, bares, cybercafés, locais de entertenimento em geral, desde que separados dos não fumadores e que o dono deixe;
Proibido (avoid) falar ao telemóvel nos transportes públicos;
Proibido (avoid) trabalhar no computador nos transportes públicos;
Proibido ler o jornal nos transportes públicos;
Em alguns comboios tinha que se ir em silêncio;
Proibido estacionar em qualquer local da via pública (só se pode estacionar na garagem ou parqueamento de casa e em algum parque de estacionamento fora da via pública e privado) – inclui motas e mesmo bicicletas;
Proibido entrar com sapatos em quase todo o lado, incluindo hoteis e hostels;
Proibido entrar com chapeus de chuva a pingar em qualquer lado, que inclui locais de trabalho ou lojas ou restaurantes (ou há uns locais para os deixar ou fornecem um saco de plástico estreito e comprido para por o chapeu);
Para além disso há coisas que não são proibidas mas sim de bom tom usar em determinadas situações. Por exemplo, se uma pessoa tiver que fazer uns sonzinhos no wc, é melhor que utilize o botão de som de água a correr no comando da sanita!

Multibanco

Uma coisa que parece tão simples e natural como pagar uma conta com cartão de crédito ou multibanco, vulgar em Portugal há 20 anos, é uma verdadeira aventura no Japão. Malta interessada em investir, é nisso! As lojas, restaurantes, hoteis, são raras as que aceitam pagamento com multibanco ou cartão de crédito, nem nacionais nem estrangeiros. Caixas multibanco só practicamente no 7eleven é que havia. Claro está que rapidamente procurei uma explicação para isto! A minha teoria é que o Japão é um país tão seguro, onde não há criminalidade pequena, que os lojistas não sentem necessidade de ter um meio de pagamento que lhes ponha o dinheiro na conta, sem terem que andar com notas ao fim do dia. As pessoas também não têm qualquer problema em andar com grandes somas de dinheiro na carteira porque não correm o risco de ser assaltadas, porque isso não existe por lá. Então para quê multibanco? Eu diria que é muito mais cómodo! Mas vá-se lá perceber como é que isto ainda não chegou ao Japão! Como será que compram na bolsa? Também vão lá ao local comprar as acções em notas?

Lojas de conveniência

Há-as por todo o lado, cidades e vilas. Estão abertas 24 horas por dia e têm comida quente e fria, artigos de perfumaria, jornais e revistas (e nunca a Vogue que eu tinha que comprar a uma amiga...), tabaco e um pouco de tudo. As 7eleven tinham também caixa multibanco válida para cartões estrangeiros (das poucas).

Metro de Tóquio

O metro + comboios suburbanos de Tóquio são super organizados e frequentes. Como todos os transportes, são um bocado caros, mas especialmente porque em cada linha que se anda é preciso pagar bilhete. Felizmente existem uns cartõezinhos maravilhosos chamados Pasmo que se carregam com dinheiro e vai descontando o valor dos bilhetes. Não é difícil gastar uns 10 euros por dia em 3 ou 4 viagens de metro se houver muitas trocas. É importante não esquecer que acaba à meia noite, especialmente nas saídas à noite! O taxi é caríssimo! O Japan Rail Pass também dá para utilizar no comboio suburbano e por vezes é fácil não ter que apanhar o metro, apenas as linhas JR, poupando um pouco no metro.
O que fazer se o bilhete se comprou não estava certo ou se o Pasmo não tem saldo suficiente e só se descobre isso no fim da viagem? Em Portugal – voltar para trás e rezar para não levar multa! No Japão (não só em Tóquio) basta ir a uma das muitas máquinas de “fare adjustment” antes da saída, introduzir o blhete ou o Pasmo e pagar a diferença!
O Pasmo também é aceite para pagar em máquinas de bebidas, lojas de conveniência e pequenas lojitas.

Autocarros

Os restantes transportes também são caros. Um autocarro para andar 20 minutos pode custar uns 6 ou 7 euros, o metro custa entre 1 euro e 4 euros, dependendo da distância. No entanto tudo funciona maravilhosamente, à excepção de pequenas localidades onde os transportes podem ser menos frequentes. Outra coisa um pouco cata é que os transportes acabam à meia noite. Numa cidade como Tóquio, enorme, é melhor não esquecer esse pormenor, ou então um taxi para casa pode custar uns 50 euros para uns 5 km.

Comboios

Os comboios são estupendos no Japão. São rápidos, eficazes e pode acertar-se o relógio por eles porque chegam sempre a horas. Quando um comboio chega a uma estação terminal e se prepara para voltar para trás, entram 2 pessoas por cada carruagem (normalmente são 16 carruagens por comboio, nos mais pequenos são 8 carruagens) e: limpa o pó aos bancos, as mesas, o chão, o lixo dos caixotes, as casas de banho, vira os bancos para o outro lado para não ser preciso metade das pessoas irem viradas de costas, muda os encostos de cabeça, abre as janelas, desencosta os bancos e tudo fica imaculado de novo. Este processo não demora mais do que 5 minutos para o comboio todo ficar imaculado outra vez.
Há comboios para tudo o que é sítio e, apesar do japão ser super montanhoso, os comboios andam practicamente em linha recta na maior parte dos percursos e nos comboios rápidos. Os comboios rápidos são realmente rápidos, devem dar uns 400 km/h à vontade. Os mais rápidos são os Nozomi, que são também mais recentes e luxuosos, com locais para ligar computadores, internet e coisas afins. Os melhores a seguir são os Shinkansen, que andam igualmente rápido mas param em mais estações e só têm alguns lugares com ligação para cumputador mas sem internet. Acho que realmente a ligação à internet é escusada, já que todos os japoneses têm telemovel com intenet que me pareceu que pudessem ligar facilmete a um computador se quisessem.
A única coisa chata dos comboios no Japao é que os bilhetes são caríssimos. Felizmente que para os estrangeiros existe o Japan Rail Pass, que por uns módicos 360 euros dá para andar 14 dias seguidos de comboio. E há passes de 7 e de 21 dias. Parece bastante, mas considerando que uma ida e volta a Quioto de Toquio fica aproximadamente ao mesmo preço, viva o Japan Rail Pass. Para além de ter a vantagem de permitir também andar nos comboios urbanos e suburbanos, para além do Shinkansen. Recomendo vivamente a compra deste passe a quem queira ir visitar mais do que só Tóquio.

Clima

O clima no Japão é absolutamente chuvoso. Supostamente fui no mês em que menos chove, mas choveu imenso. Quando não chovia, estava enevoado. O último dia foi o melhor, com sol e uns 25º. Em Julho e Agosto chove mais num mês que em todo o ano em Portugal, tem moções tal como as que ouvimos falar na índia.

Lost in translation

Em quase todos os dias não me senti perdida no Japão. Até achei que era bastante simples viajar comparado com o que estava à espera. Nas estações de comboio, metro e no aeroporto tudo estava sempre escrito com os caracteres ocidentais, para alé de escrito em kanji, katakana e iragana, as três maneiras de escrever no japão. Isso facilitava imenso a orientação, no entanto era difícil decorar os nomes em japones que me soavam sempre ao mesmo. No entanto, nas cidades com excepção de Tóquio, não havia absolutamente mais nada escrito com os nossos caracteres. E coisas escritas por todo o lado não faltam. Era muito difícil distinguir um restaurante de um bar, de um karaoke, de uma biblioteca de manga de um museu, se uma pessoa não tivesse um mapa com os “nossos” caracteres. Não me senti muito perdida porque os meus amigos sabiam já alguma coisa (para mim imenso) de japonês. Como andei quase sempre com eles, parecendo que não isso facilitou muito. Só que um dia perdi um comboio e tive que passar uma noite em Osaka, tendo chegado lá já depois das 9 da noite, sem mapa, sem um livro de viagens, sem saber sequer onde ficava Osaka no mapa. Não tinha sítio onde dormir, nem sabia onde procurar. Não vi hoteis, nem hostels, nem nada daquelas bibliotecas de manga onde eu sabia que poderia dormir. Assim que encontrei umas pessoas sem os olhos em bico, perguntei-lhes logo se tinham um “Lonely Planet” ou livro do género, a tábua de salvação mais maravilhosa existente na face de uma terra em que está tudo escrito numa lígua incompreensível. Eram uns franceses, um acabado de chegar ao Japão e o outro ue lá morava há 6 meses e já falava muito bem japonês. Não tinham um Lonely Planet, mas o que lá morava lá me recomendou um primeiro sítio internet café onde se pode dormir. Como ninguém falava inglÊs por lá, esteve a perguntar preços e como eram os sítios. Quando já estava tudo combinado, os do internet café descobriram que eu não tinha cartão de residente no Japao e que portanto não poderia lá ficar. Fomos a outro e o francês deu-me o cartão de sócio dele e disse que eles não iam perceber se eu era rapaz ou rapariga. Para fazer o cartão de sócio era preciso o cartão de residente, mas e já tivesse o cartão de sócio já não era preciso o cartão. Decorei que me chamaria Roman e pronto! Lá fui eu.
Se não tivesse encontrado estes franceses, acho que teria sido muito dificil decidir o que fazer, sem um mapa ou indicações no nosso alfabeto. Tal como disse frances de quando chegou a Osaka, também eu me senti Lost in transation naquela terra.

Entretenimento

O Japão é também a terra do entertenimento. Para dar alguns exemplos:
o karaoke foi inventado no Japão. Consiste em alugar um espaço privado com uns amigos por umas horas, normalmente à noite, com bebidas à discrição e com música para cantar. Confesso-me uma triste por não conseguir maginar-me a divertir-me assim. É verdade, não fui experimentar.
As bibliotecas de banda desenhada e filmes japoneses: a indústria de banda desenhada e filmes japonesa parece ser brutal. Por todo o lado há bibliotecas/videotecas com estas coisas, que são usadas por quem tem um tempinho livre sem nada que fazer. Disto desbundei quase involuntariamente, porque perdi o último comboio de Osaka para Tóquio quando vinha de Hiroshima. Já tinha hostel reservado em Toquio, mas tive que dormir em Osaka. Como não tinha onde dormir, fui para um destes sítios. Foi fantástico. Infelizmente está tudo em japonês, por isso e muito difícil perceber o que quer que seja. Mas estes espaços têm também um computador com internet, portanto viva o windows xp em japones por ter as mesmas coisas nos mesmos sítios!
Estes locais posso descrever com mais detalhe: consistem num cubículo mais ou menos do tamanho de uma cama de casal, uns com futons, outros com cadeiras de massagem outros com cadeiras confortáveis, constituidos por “paredes” de madeira a toda a volta com uma portinha. Tem uma mesinha com computador e televisão, um candeeiro privado, um cabide e uns chinelos, essenciais em qualquer casa. São sítios explendidos para passar a noite e mais baratos do que um hotel ou mesmo que um hostel, dependendo do tempo que se fique. 5 horas fica mais ou menos a 12 euros. 10 horas fica a mais ou menos 22 euros. Há alguns que também são especializados em jogos. O que eu fui era em livros e videos. Pode dormir-se à vontade, especialmente nos que têm futons porque ficam sítios super confortáveis, e toda a gente está tão sossegada (ver televisão ou videos tem que ser com phones) que só se ouve uma musiquina clássica de fundo muito suavezinha que até dá para dormir. É realmente um sítio super agradável.
Outras formas de entretenimento consistem em ao fim de semana o pessoal se mascarar e ir para os jardins. As raparigas vestem-se maioritariamente de bonequinhas, os rapazes de Elvis e personagens de filmes.
Há ainda os cafés onde as empregadas se vestem de empregadas francesas e tratam os clientes por “mestre” ou “meu senhor” ou “minha senhora” ou algo do género.
Toda a gente parece jogar jogos e ter internet no telemóvel. Os hostels têm todos playstation e wii e em alguns há computadores para jogar, diferentes dos computadores para usar a internet porque esses normalmente têm mais procura entre os europeus e australianos.

A limpeza

Tenho uma amiga maníaca das limpezas, que sempre que vou a algum lado me pergunta sempre se as pessoas e as coisas lá são limpinhas. Pois amiga, posso-te garantir um próspero futuro no Japão: é tudo extremamente limpo e imaculado: as pessoas, as casas, as casas de banho públicas, as ruas...

As pessoas andam sempre imaculadas

É impressionante como em todo o Japão o cuidado com a imagem está sempre patente. Elas e eles andam sempre imaculadamente vestidos, penteados, maquilhados... Em Tóquio, à hora de ponta, o metro vai cheio como um ovo, de rapazes, homens e velhotes todos no seu melhor fatinho Armani, com os cabelos imaculadamente cuidados (alguns um bocado à Dragon Ball e não sei o que nasceu primeiro, se o Dragon Ball se os cabelos), sobrancelhas arranjadas e um ou outro ligeiramente maquilhados (uma basezinha e uma correcção das sobrancelhas com lápis, geralmente). E não, não têm aspecto de gay nem de José Castelo Branco. As raparigas da hora de ponta andam igualmente de tailleur (de saia), com sapatinho de salto alto muito discreto e sempre de collant, como deve de ser.
Os miudos e graúdos da escola andam sempre de farda. Acho que as fardas variam de acordo com a escola, porque vi muitas diferentes. Também andam sempre com um aspecto imaculado e com os cabelinhos arranjados.
As pessoas a trabbalhar em estabelecimentos comerciais também andam sempre de farda do estabelecimento, e sempre sem um cabelo em desalinho.
O espelho é o melhor amigo dos japoneses, já que os há por todo o lado e eles também os usam de bolso.
Curiosamente, à medida que se anda para Sul do Japao, as pessoas começam a ser um pouco mais desleixadas com os cabelos, maneira de vestir e maquilhagem. Será que a vaidade é um pecado assim tão grande? É que no sítio mais desleixado de todos, Nagasaki, moram 1/6 de todos os cristãos do Japão e é a zona mais influenciada por povos europeus (portugueses inclusive). Terá alguma coisa a ver?

Casa de banho

Verdadeiramente pode chamar-se de casa de banho aquilo que há no Japão. A zona de banho consiste num local separado do resto que inclui uma banheira e um chuveiro ao lado um do outro, para serem utilizados da mesma vez. Como tomar banho no Japão? Primeiro tomar um longo duche na zona do chuveiro, utilizando uma toalha pequena ensaboada que se esfrega em todas as partes do corpo com estemo meticulo, um alguidar para ir lavando a toalha e atirando água cabeça abaixo e não esquecendo de lavar toda e qualquer parte do corpo. Este esfreganço não deve durar menos do que aí uma meia hora (de onde se vê que no Japão chove a potes e não há falta de água). Talvez por esse tempo necessário, esta operação é feita enquanto sentados num banquinho, portanto os chuveiros têm a torneira a cerca de 50 cm do chão (os japoneses são baixotes, mas não assim tanto). Depois, enche-se a banheira de água a ferver, nunca a menos do que 40ºC e mergulhar-se lá dentro até cozer bem. Pode-se sair e entrar na banheira vezes sucessivas se se estiver a cozer demasiado (o que normalmente se nota pela pele cor de lagosta dos gaijin (estrangeiro, dito em japonês), porque os locais estão na boa). E como é que eu sei isto tudo? Porque fui a um banho público, grande tradição no japão, onde os duches são individuais e a banheira é uma bela piscina, às vezes com borbulhas e jactos tipo jacuzi. O Japão é o país dos SPA, porque em cada cidade há centenas deles. Dependendo do tipo de água, são benéficos para a saúde de alguma parte do corpo (normalmente são feitos com água de nascente e na maior parte a água é aquecida naturalemente porque a água sai quente das nascentes pela actividade vulcânica, podendo mesmo chegar aos mais de 100º. No entanto, cada japonês tem o seu próprio SPA em casa e faz isto todos os dias. Mesmo em Tóquio, onde as casas podem ter 12 m2 no seu total, uns 3 m2 têm que ser decidados a esta casa de banho. Vejam aqui uma delas (www.kaseifu.blogspot.com). Depois da banheira, segue-se os cuidados de beleza: secar o corpo, por cremes, vestir, arranjar sobrancelhas, arranjar unhas, maquilhar, secar o cabelo, pentear, pesar (estava-me a esquecer deste pormenor importantíssimo), para se sair perfeitamente imaculado daquele sítio.

Rest rooms

Continuo sem perceber porque chamam salas de descanço aos locais onde existem sanitas, mas também, em portugal, chamam-se casas de banho e normalmente o pessoal não toma banho lá. Sala de descanço parece-me um nome bastante apropriado, tendo em conta o tempo que o pessoal passa por lá. As sanitas têm quase todas tampo aquecido, assentos descartáveis em papel e uma parafernália de botões ao lado. Os botões servem para lavar o rabiosque depois do servicinho, sendo que para esta função há pelo menos os seguintes botões: jacto directo ao rabo, jacto para rapariga, regulador de temperatura e regulador de intensidade do jacto. Tem ainda os botões de super desodorização e o meu preferido é o de som de água a correr “para dissimular os ruídos”! Alguém ainda acha que um bidé serve para alguma coisa?

As salas de descanço incluem ainda varios espelhos, muitas vezes em diversos angulos para que a pessoa possa ver as suas próprias costas, lavatórios com torneiras sempre de sensor, sabonete líquido ou em espuma e os secadores de mãos mais inteligentes que já vi. Estes fazem não com que a água seque nas mãos mas com que a água vá escorrendo à medida que subimos as mãos. É difícil explicar por escrito, mas é altamente eficiente.

Há destas rest rooms nos centros comerciais, estações de comboio, comboios, estações de metro, restaurantes, cafés, monumentos, etc, são sempre gratuitas e estão sempre imaculadamente limpas. As dos rapazes serão iguais?

Nos hostels as sanitas são sempre separadas do resto da casa de banho, mesmo quando são no quarto. A parte do banho explico no próximo.

A luminosidade e a névoa

Em todo o Japão notei que tem uma luminusidade muito diferente de Portugal, muito branca e muito forte, mesmo que esteja o tempo enevoado (quase sempre). É difícil manter os olhos abertos. Acho que é por isso que os japoneses têm os olhos em bico, definitivamente.

No entanto, e apesar da luminusidade forte, a névoa é uma constante neste país (pelo menso durante os dias que lá estive). Por melhor tempo que esteja, há sempre uma neblina que dá ao país um ar místico. Todas as montanhas estão sempre no meio da névoa. Não é de estranhar então que a pintura do Japão seja elucidativa disso mesmo, sempre com uma nevoazinha sobre as montanhas. Curioso.

Viagem ao Japão

No meio de muita atribulação foi passar ums dias ao Japão. Foi uma viagem tão intensa, preenchida e cansativa que não deu para escrever nada por lá. Assim, em vez do habitual relato de onde fui e o que fiz, desta vez vou escrever sobre coisas de lá. Definitivamente que em 16 dias não dá para encontrar semelhanças profundas, por isso cá ficam as diferenças

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

E agora, para ir a um país árabe, novo passaporte

Há um grande conjunto de países que não aceita a entrada de pessoas com carimbos de Israel ou evidências do género (carimbos das fronteiras terrestres da Jordânia e do Egipto): Argélia, Síria, Líbia, Irão, Líbano são alguns deles de certeza. Mas´diz-que prós lados do Golfo Pérsico não há nenhum que aceite. Basicamente, países que não aceitam Israel como estado, não aceitam quem já o tenha visitado. Pena que não tenha um carimbo da Palestina para certificar que eu vou a todo o lado sem preconceitos...