domingo, 7 de junho de 2009

Lost in translation

Em quase todos os dias não me senti perdida no Japão. Até achei que era bastante simples viajar comparado com o que estava à espera. Nas estações de comboio, metro e no aeroporto tudo estava sempre escrito com os caracteres ocidentais, para alé de escrito em kanji, katakana e iragana, as três maneiras de escrever no japão. Isso facilitava imenso a orientação, no entanto era difícil decorar os nomes em japones que me soavam sempre ao mesmo. No entanto, nas cidades com excepção de Tóquio, não havia absolutamente mais nada escrito com os nossos caracteres. E coisas escritas por todo o lado não faltam. Era muito difícil distinguir um restaurante de um bar, de um karaoke, de uma biblioteca de manga de um museu, se uma pessoa não tivesse um mapa com os “nossos” caracteres. Não me senti muito perdida porque os meus amigos sabiam já alguma coisa (para mim imenso) de japonês. Como andei quase sempre com eles, parecendo que não isso facilitou muito. Só que um dia perdi um comboio e tive que passar uma noite em Osaka, tendo chegado lá já depois das 9 da noite, sem mapa, sem um livro de viagens, sem saber sequer onde ficava Osaka no mapa. Não tinha sítio onde dormir, nem sabia onde procurar. Não vi hoteis, nem hostels, nem nada daquelas bibliotecas de manga onde eu sabia que poderia dormir. Assim que encontrei umas pessoas sem os olhos em bico, perguntei-lhes logo se tinham um “Lonely Planet” ou livro do género, a tábua de salvação mais maravilhosa existente na face de uma terra em que está tudo escrito numa lígua incompreensível. Eram uns franceses, um acabado de chegar ao Japão e o outro ue lá morava há 6 meses e já falava muito bem japonês. Não tinham um Lonely Planet, mas o que lá morava lá me recomendou um primeiro sítio internet café onde se pode dormir. Como ninguém falava inglÊs por lá, esteve a perguntar preços e como eram os sítios. Quando já estava tudo combinado, os do internet café descobriram que eu não tinha cartão de residente no Japao e que portanto não poderia lá ficar. Fomos a outro e o francês deu-me o cartão de sócio dele e disse que eles não iam perceber se eu era rapaz ou rapariga. Para fazer o cartão de sócio era preciso o cartão de residente, mas e já tivesse o cartão de sócio já não era preciso o cartão. Decorei que me chamaria Roman e pronto! Lá fui eu.
Se não tivesse encontrado estes franceses, acho que teria sido muito dificil decidir o que fazer, sem um mapa ou indicações no nosso alfabeto. Tal como disse frances de quando chegou a Osaka, também eu me senti Lost in transation naquela terra.

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