Começa-se a apreciar a viagem quando se começa a reparar mais nas semelhanças do que nas diferenças
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
Está aberto o inquérito aos leitores!
http://ananomundo.blogspot.com/2006/10/ndia-today-setembro-de-2004.html
Venho informar que gostaria que os leitores respondessem às questões colocadas ali sob a forma de comentário.
sexta-feira, 20 de outubro de 2006
Espectacular Bombaim e happy diwali!
Pela primeira vez andámos por Bombaim a visitar aquilo, desta vez com sol. Foi a queima dos últimos cartuxos de uma viagem esplêndida. Fomos às compras, ver a estação de comboios Victoria Station, por os postais no correio (e não é que a estação dos correios tinha aparecido no filme?!) e ainda encontrámos os primeiros portugueses de toda a viagem! Bom, o encontro foi programado, mas foi uma sorte termos estado encontrado em Bombaim ao mesmo tempo!
Bombaim é uma cidade inesquecível, não por nada em especial mas por tudo em particular. Adorei e passou, em apenas 1 dia, a ser a minha cidade do mundo preferida. Para quem não conhece, imagine Londres mas com clima tropical, é mais ou menos isso.
E para terminar em beleza, Happy Diwali para todos!
http://en.wikipedia.org/wiki/Diwali
ou em português em versão resumida:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Diwali
quarta-feira, 18 de outubro de 2006
Jaipur a cidade cor de rosa?!?!
Depois de Varanasi fomos para Jaipur, mais uma vez em Sleeper Class, as já sem a admiração dos dias anteriores. Jaipur é a suposta cidade cor de rosa, mas já foi pintada de cor de rosa há demasiado tempo para ainda se notar assim tanto.
Tem piada porque me lembrou imenso o Lubango, por ser encaixada num hemiciclo de montanhas e ser uma cidade situada a uma certa altitude. Quase não fizemos por lá nada se não ficar na piscina e beber sumos de laranja numa banca. Tivemos ainda tempo para ir ao cinema ver um filme sobre o Ghandi, que não percebemos na totalidade mas que foi engraçado:
http://www.lagerahomunnabhai.com/
E para finalizar, a foto seguinte tenta ilustrar o trânsito caótico, mas acho que só quem viu é que percebe...
segunda-feira, 16 de outubro de 2006
Em Jaipur - Resumo por mail
Depois de visitarmos Delhi em Fast Forward, seguimos para Agra, onde vimos o Taj Mahal e de onde fugimos rapidamente porque os gajos de riquechos n pararam de nos chatear. O Taj Mahal e mais pequenino do que pensavamos, mas tem a sua graca. Em Agra fica tambem a famosa ponte que anda por ai a circular em e-mail, com um comboio com gente ate acima e por todos os lados e a subir ou descer pelos pilares, o que foi para mim (Ana), a maior atraccao turistica!
Algumas horas de comboio depois estavamos em Varanasi, terra do Rio Ganges e dos Homens Santos - senhores que passam o dia a fumar ganzas em frente ao rio, que vivem nos Ghats (seja la o que isso for, a mim parecem-me escadas), oferecem-lhes comida e ficam convencidos que e boa ideia tomar la banho no ganges ao amanhecer. O rio parece um esgoto, mais ou menos como o tejo, sem tainhas, com water bufalos e montes de gente louca a tomar banho.
No segundo dia fomos (as gajas) arruinar-nos nas compras de saris, lencos, pacheminas e afins.
Apanhamos entao o comboio para Jaipur, onde chegamos 20 horas depois. Depois de um banho desincrustador, ca estamos a escrever este mail colectivo!
domingo, 15 de outubro de 2006
Varanasi, a cidade sagrada
Também fomos às compras de sedas e sarees.
Fizemos também uma visita ao primeiro templo budista.
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
Agra para nunca mais
Mais umas chatices com os autoriquechozistas na ida para o forte (literalmente em frente à estação) e depois de o visitarmos fomos finalmente de autoriquechó para o Taj Mahal, uma experiência perfeitamente normal. Viemos a esta terra infernosa ver o Taj Mahal, tinha que ser. Primeiro comprar o bilhete, que custou uns escandalosos 15 euros, depois 2 horas na fila da revista para gajas (pois, ainda não contei que fui revistada centenas de vezes, aliás, da maneira que as revistas são feitas, mais parecem mamografias) enquanto pensávamos: esperemos que depois disto tudo aquela coisa valha a pena. E valeu! Apesar de ser muito mais pequeno do que o que eu pensava, é muito bonito.
A seguir, comboio para Varanasi, em Sleeper Class pela primeira vez sem luxos e mordomias. Foi óptimo. Pelo menos não estava um frio descomunal do ar condicionado, apesar da camada de pó que cobria as camas e do que entrava pelas janelas gradeadas ser um pouco desconfortável. Mas pelo menos pela primeira vez tive a sensação de estar na verdadeira Índia. Na estação, enquanto esperávamos à espera do comboio, muitos homens ficaram a olhar para nós curiosos, enquanto estávamos sentados no chão imundo ou em cima das mochilas. A parte mais surpreendente é que estavam a não mais do que 1,5 metros de nós. Não me senti demasiado desconfortável, mas pode ser esquisito para os mais sensíveis.
terça-feira, 10 de outubro de 2006
Delhi
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
Em Sri Nagar não há roaming - Resumo por mail
Para comecar, apanhamos o comboio de Bombaim para Delhi.Todas as historias de pessoas penduradas no comboio, por cima dele, etc, etc, galinhas, cabras, poneis, elefantes, sao muito sobrevalorizadas. nao vimos nada disso... na primeira classe reservada com ar condicionado e cama - e mordomo. A viagem foi excelente, fomos tratados que nem uns marajas.
Chegados a Delhi, depois de uma serie de eventos aparentemente nao relacionados, acabamos numa "agencia de viagens" onde conhecemos o Al Pacino em pessoa:
Al - Voces gostam de treking?
Pedro, Andreia - Parece bem!(Ana abre muito os olhos)
Al - Ver os lagos! A paisagem! Os himalaias!
Pedro, Andreia - Boa! Boa! (Ana abre mais os olhos e pensa "Ai meu Deus, Ai meu Deus")
Al - Entao vao ja amanha para sri nagar
Todos - vamos!!!!... e fomos.
Sri nagar, 1800 metro de altitude, maioria da populacao muculmana, e' a capital de um belo estado da india. Ficamos numa casa num barco, com criadagem dedicada apenas a nos os 3. No dia seguinte, fomos ate a aldeia cigana nas montanhas, de onde iamos partir para o treking. Travamos amizade com os poneis, essas criaturas de 4 patas com uma atracao pelo precipicio incomparavel. Pelo menos, muito superior a nossa. À noite, ficamos numa tenda, com uma fogueira ao lado, o pessoal a vir servir-nos cha (nao percebemos bem de que ervas era feito o cha, mas pela flora local temos uma suspeita que talvez fosse de uns arbustos com 7 folhas)... tratamento 5 estrelas.
Depois veio a subida.
Foi muito dura. Muito dura. Muito dura. (Especialmente para os poneis). Nesta altura, tinha descido o espirito Heidi na Ana, que andava por ali fresca, leve e fofa, saltitando de pedragulho em pedragulho, enquanto o resto tentava respirar. Devia ser do cha.
Ou talvez efeito dos 18000 pes de altitude a que chegamos (poupando a visita ao google, 5 486,4 metros), o que, para quem esta distraido, e' consideravelmente mais alto do que a serra da estrela, (mais 3500 metros).
Mais uma noite numa tenda, mais chazinho, uns passeios pelos lagos, olhar para neve permanente de perto, mais uma noite numa tenda, mais chazinho... la fomos nos monte a baixo."A descer todos os santos ajudam". Mas se eles nos tem ajudado a descer mais depressa teriamos os ossinhos feitos em picado...
Ontem ficamos pela casa do lago, andamos o dia todo de barquinho a remo, mas nos de sofa, o remo nao era connosco, e descobrimos uma cidade que mete Veneza a um canto: Sri Nagar, a capital do estado de Jammu & Kashmir!
Por alguma razao estranha, o roaming da Optimus e da Vodafone nao funciona la!
(para os mais distraídos, sim, este estado está em guerra, o que levaria a algumas considerações extra que agora não temos tempo)
Neste momento estamos em Delhi, 40 graus (mencionei que na montanha estavam 5? ou talvez menos...), vacas, macacos e tascas na rua... enfim, de volta a civilizacao.
Vamos aqui passar uns dias, depois agra, jaipur, goa... ou nao.
Mais notícias em breve!
domingo, 8 de outubro de 2006
Índia Today, Setembro de 2004
Quanto importante é o sexo na sua vida? 51% - Muito importante
A sua companheira compreende as suas necessidades? 73% - Sim
Quando teve sexo pela primeira vez? 46% depois do casamento
Que parte do corpo da mulher é mais atraente? 43% peito, 16% olhos, 10% cara, 5% cabelo, 7% cintura, 7% vagina, 1% pernas (e onde está aqui o rabo????)
Espera que a sua noiva seja virgem? 72% sim
Casaria com alguém que admitisse não ser virgem? 77% não
As mulheres são tão entusiastas com o sexo como os homens? 64% sim
A frequência com que tem sexo diminuiu depois de ter filhos? 54% não
Alguma vez teve sexo com alguém da família? 87% não (e os outros 13%, meu deus????)
A sua parceira queixa-se de dr de cabeça quando sugere sexo? 45% às vezes, 32% nunca, 13% muitas vezes, 6% sempre
Já trocou de namorada/esposa? 87% não
Quanto frequentemente tem sexo pago? 63% nunca
É possessivo? 39% extremamente, 39% razoavelmente
Já teve experiências homossexuais? 73% não
Teve sexo extraconjugal? 67% não
Fetiches: 21% unas compridas, cabelo comprido e pinturas extravagantes, 21% lingerie leopardo, 20% lingerie preta e botas, 8% pés!
Masturba-se? 44% nunca, 29% ocasionalmente, 13% mais do que 1 vez por semana, 6% diariamente
O que faria se a sua parceira fosse infiel? 38% falaria com ela e resolveria o assunto, 26% acabaria a relação, 14% perdoaria e esqueceria, 9% faria o mesmo
Diria à sua parceira se tivesse um one night stand? 53% não
Os homens só devem ter sexo com mulheres com quem estão compometidas? 67% sim
Quantas vezes tem sexo? 37% mais do que uma vez por semana, 20% diariamente, 20% uma vez por semana, 15% uma vez por mês
Está contente com a sua vida sexual? 56% muito contente, 24% sim, 13% mais ou menos, 4% não
Tem orgasmos múltiplos? 30% às vezes, 27% frequentemente, 20% sempre e 13% nunca
Com que frequência tem orgasmos? 39% sempre, 30% quase sempre, 16% às vezes, 6% nunca
Certifica-se que a sua parceira teve um orgasmo? 40% sempre, 31% quase sempre, 13% às vezes, 8% não.
E depois disto eu pergunto: será que as mulheres são diferentes das de cá ou será que são os homens? Será que no país que em vez do Mestre Cozinheiro dão o Kamasutra às noivas quando se casam aquilo resulta? Ou será do picante na comida?
Himalaias
De 4 a 8/10/2006: Treking nos Himalaias, os póneis, o chá, a água fresca da montanha, o frio, as canetas que não escreviam, os acampamentos, os ursos e snow leopards, a ausência de vida e 6 pessoas e 6 póneis para tomar conta de nós! Bolas, somos mesmo uma tristeza… E 1 mês depois a pegada ecológica de todas as pessoas da terra ultrapassa o tamanho da terra… Ao que nós chegámos!
terça-feira, 3 de outubro de 2006
Em Sri Nagar não há roaming
Vimos ainda uma mesquita em madeira forrada de papel maché, muito engraçada e mais uma vez lembrou-me um pagode chinês.
segunda-feira, 2 de outubro de 2006
1 dia em Delhi
domingo, 1 de outubro de 2006
Olá da Índia
Vamos hoje para Delhi, a procura de sol, e voltaremos aqui para visitar la mais para o final da viagem, pode ser que a chuva ja tenha passado!
sábado, 30 de setembro de 2006
Lisboa-Paris-Bombaim
Com estas perguntas na cabeça e com a certeza que não teríamos gasto 8,10 euros no bilhete em vão, parámos em Notre Dame e a rua estava cheia de gente e animadíssima. Fomos andando pelas ruas de bares, depois ao longo do Sena, depois Louvre, Orsay, Concorde, Champs Elisés a cima, Arc du Triomphe, Champs Elisés a baixo, Torre Eiffel. Quando lá chegámos já nem sequer estava iluminada, eram umas 3 da manhã. Eu estava literalmente a morrer de frio, e com as bagagens no aeroporto, algures a saltar de avião em avião. Não podíamos parar, a menos que eu quisesse gelar de vez, por isso continuámos no camiho de volta a Notre Dame, onde estava mesmo a abrir um quiosque de comida quente. Baguetes, pizzas, chá e café alegraram a nossa noite! Voltámos para o aeroporto e, umas horas mais tarde lá estávamos no Boeing luxuoso que nos levou à Índia. Depois do pequeno almoço de pizza, nada melhor do que às 10 da manhã um fabuloso caril de frango! Uma sestinha de 8 horas no avião e lá chegámos a Bombaim.
Nada, nem mesmo o Lets Go, faria prever a extrema organização e simpatia do aeroporto de Bombaim. 20 segundos na fila dos passaportes, 3 minutos à espera da bagagem, 1 atm para levantar dinheiro e táxi até ao hotel fizeram a coisa parecer mais fácil do que poderia ser à primeira vista.
segunda-feira, 29 de maio de 2006
Cabo-verde, cabo-verde…
Alguém me disse que eu ia achar Cabo-verde sem piada depois de ter estado em Angola. A expressão menos depreciativa que encontro para definir este país é: SENSABORÃO.
Se Cabo-verde devia chocar por ser em África, não me chocou. Se a ilha do Sal devia ser uma ilha paradisíaca de praias maravilhosas, não achei. Se a ilha de Santiago devia ser a mais tipicamente africana, imagino como serão as outras. Se a Cidade da Praia se devia parecer com a capital de um país, os poucos habitantes fazem dela uma pequena cidade, com um aeroporto novo e decente, 2 hotéis, alguns restaurantes e pouco mais, sem ser bonita, sem ser feia, sem ser organizada, sem ser desorganizada… Enfim, achei-a uma capital sem carisma.
Cerejinhas atrás de cerejinhas no topo do bolo de chantilly
Cereja 1: marcação da viagem atribulada
Cereja 2: hotel sinistro na Ilha do Sal
Cereja 3: tempestade de vento e frio na Ilha do Sal quando era suposto irmos lagartar ao sol
Cereja 4: noite de domingo para segunda, passada na casa de banho (Cristina) e na cama sem conseguir dormir (Ana) já na Cidade da Praia
Cereja 5: médico rouba o termómetro na 5ª feira. Felizmente não tornou a ser preciso!
Cereja 6: 6ª feira passada no Plateu a tentar reservar um voo para a Ilha do Fogo (não havia lugares, mas houve desistências, viemos a perceber porquê na cereja nº 7)
Cereja nº 7: 6ª à noite saber que havia um problema com um avião da TACV e que provavelmente o voo tão desejado para a ilha do Fogo iria atrasar quando tentámos sem sucesso fazer check-in telefónico (os nossos nomes ainda não estavam na lista de reservas)
Cereja 8: Sábado sair do hotel, depois de dormir 4 horitas (pronto, confesso, fomos sair à noite) e tomar o pequeno-almoço à pressa para fazer o check-in, perguntar se o avião sempre ia atrasar, dizerem-nos que não, esperar pela hora de embarque, hora e meia depois e ouvir “Atenção senhores passageiros, o voo nº XXXXX com destino à ilha do Fogo está atrasado, com partida prevista para as 12:45”. Era só daí a 3 horas e 15 minutos… Um avião da TACV avariado fazia com que não houvesse garantia de voos entre ilhas já há 2 dias, havendo pessoas a passar a noite em hotéis, pagos pela TACV. Considerando que a hora marcada para a volta da ilha do Fogo e a hora do meu regresso para Portugal diferiam de apenas 13 horas, achámos que este seria um atraso perfeitamente normal para se ter e haveria fortes probabilidades de não ser possível apanhar o voo de regresso. Ter que desistir da viagem e pedir a devolução do dinheiro, depois de tanto esperar por ela, foi para mim a parte mais dura desta viagem.
Cereja 9: Depois da desilusão, voltámos para o hotel na perspectiva de nos imiscuirmos numas excursões de autocarro pela ilha, que supostamente só se realizavam ao fim de semana. A 1 hora da partida da excursão, pedimos no hotel que nos ligassem para a agência a perguntar se ainda havia lugares. Claro que não havia.
Cereja 10: Recusámos durante a semana todos os convites para passear pela ilha dos colegas do INE da Cristina. Não fomos à Ilha do Fogo como previsto, não fomos na excursão e não conseguimos combinar nada com os colegas dela no fim de semana…
Cereja 11: O meu voo de regresso atrasou 1 hora graças às pessoas que resolveram levar produtos perigosos na bagagem de porão e que tiveram que ser chamados à hora de embarque…
Até estranhei ter encontrado o carro nos Olivais onde o tinha deixado e a casa intacta! Ainda pensei que chegasse à dúzia de cerejas estas férias!
Um médico à maneira
Cooperação
O forte de D. Filipe
A Cidade Velha
segunda-feira, 22 de maio de 2006
Cristina Off
Salinas
As salinas são assim… não sei bem como dizer… umas salinas, pronto! Tem piada por se situarem supostamente numa cratera de um vulcão (passamos por um túnel para lá chegar). Apesar do formato do terreno, a mim custa-me um bocadinho a acreditar que aquilo seja mesmo a cratera de um vulcão. Tem piada porque o mar se infiltra por baixo, a água salgada seca e deixa o sal no fundo. Há quem tome lá banho. Desconfio que aquilo seja como o mar vermelho, em que se a água é tão densa de sal que o pessoal quase podia caminhar sobre a água! É, sem dúvida, o sítio mais interessante daquela ilha!
Buracona
Sim, existe um sítio com este nome na Ilha do Sal. É uma daquelas coisas que tínhamos mesmo que ver, até porque aparentemente não há mesmo muito mais para ver na Ilha do Sal. Pronto, é uma espécie de Boca do Inferno, mas em pequenino… Mas o que seríamos nós se não déssemos a ganhar algum a alguém da ilha para nos levar lá… Valeu pela paisagem até lá, completamente lunar!
“Tens filhos?”
“dão-me um pouco de água, por favor?”
“Os senegaleses não querem trabalhar”
De facto a “fauna” cabo-verdiana era pouca, mas em conversa com 2 moços definitivamente percebemos porque é que passávamos o dia a ver senegaleses a vender nas praias.
Os dois tiveram a mesma conversa: “os senegaleses não querem trabalhar”! Ao princípio pode parecer estranho. Se havia coisa que eles faziam de sol a sol era vender artesanato na praia. Mas depois percebemos: ser comerciante (ainda por cima sendo ilegal a venda de artesanato na praia, já que eles fugiam à polícia com quantas pernas tinham), não é uma profissão. E os cabo-verdianos queriam ter uma profissão, como instalador de tectos falsos, por exemplo!
4 dias a comer areia
2 chás (estava mesmo um frio de rachar, só apetecia beber chá
2 music (referente ao facto de estarmos na esplanada com música ao vivo)
Férias relaxantes em Cabo-verde!
depois de 4 dias na Ilha do Sal, Praia de Santa Maria.
As peripécias foram mais que muitas até chegar aqui. A marcação da viagem teve tantos contornos que eu acho que já não consigo reproduzir totalmente:
Começou com a decisão se vinha ou não com a Cristina (ela veio trabalhar a partir de hoje para o INE de Cabo Verde), aproveitando-me da estadia dela no hotel maravilha aqui da Ilha de Santiago, pagando só a diferença do single para o duplo, passando antes 4 dias nas palhinhas deitada nas palhinhas estendida, tal menino Jesus na manjedoura, na praia de Santa Maria, Ilha do Sal.
Depois, foi a saga da marcação da viagem. Entre viagens, hotéis, quem marca o quê, em que agência, facturas, viagens minhas em trabalho para Ponte de Lima, NIB da agência incorrecto, telefonemas para cá e telefonemas para lá, acho que gastei o suficiente de dinheiro para passar um dia no hotel de 5* e a paciência de 1 ano. E a Cristina viu por diversas vezes a vida a andar para trás, comigo a dizer que ia e que não ia e que já ia outra vez… Nunca tive preparativos tão stressados!
Finalmente lá nos encontrámos no aeroporto de Lisboa à hora combinada na noite de 4ª feira dia 17 Só acreditei que vinha quando entrei no Boeing 757-200 da TACV, o avião mais confortável em que andei na vida! Recomendo vivamente! O voo foi normal e a aterragem a coisa mais suave deste mundo. Parecia que tínhamos aterrado num tufinho de algodão!
Meia-noite na Ilha do Sal, duas da manhã em Lisboa e nós sem a confirmação da reserva do hotel. Trocámos dinheiro, apanhámos um táxi para o hotel, que parecia ser no meio do nada, e o recepcionista não abriu a boca para emitir um som que seja. Abriu-nos a porta, dissemos que tínhamos uma reserva, deu-nos a chave do quarto, a chave do cofre e o comando da tv, sem emitir um som. A Cristina pediu ajuda com as malas, ele pegou na mais pequena e subiu. Lá fomos atrás dele, entrámos para o quarto, ele sumiu e fechou a porta. Felizmente o quarto tinha um ar simpático e limpo. Depois de o termos conseguido por metade do preço que a agência nos cobrava concluímos que até foi um bom negócio.
No dia seguinte, maravilhadas com a perspectiva da praia de água azul e areia branca, saltámos da cama cedo e fomos ao pequeno-almoço. A salinha era super agradável e de dia o hotel parecia muito menos assustador do que à noite. No entanto, lá fora a perspectiva era desoladora: um vento de fugir, a levantar areia, pó, quem sabe até mesmo nós próprias. Armámo-nos em camones e, mesmo assim, arriscámos a praia. Depois dos 35 graus do dia anterior em Lisboa foi um desconsolo constatar os 23 graus da praia de Santa Maria e o vento bom para o kitesurf e para o windsurf… Enfim, para praia, a Costa de Caparica serve perfeitamente. De nota só a cor do mar, realmente azul turquesa como se vê nos postais e a areia realmente branquinha, mas demasiado esvoaçante para o nosso gosto.