Nos fins de semana venho ao Huambo, uma cidade ENORME. Ao contrário do Lubango, a cidade onde estive antes, o Huambo quase não tem casinhas de adobe à volta. Muito pouca gente deve viver por aqui, já que se vê poucas pessoas nas ruas, mesmo a vender ou a passear ao fim de semana. Digamos que é uma cidade quase fantasma, muito pouco cosmopolita, apesar de ter de certeza sido uma cidade linda e cosmopolitíssima antes da independência. Está um bocado destruída pela guerra, mas não tanto como eu pensava.
A faculdade de veterinária está completamente destruída, aliás, como quase todo o bairro de Santo António, porque era a área dos quartéis. O resto da cidade podia esta pior, eu pelo menos tinha uma imagem muito mais negativa. Claro que há muitos edifícios com marcas de balas e de bombas, mas mesmo assim, pensei que não restasse pedra sobre pedra. Não é bem assim. As coisas começam a voltar ao normal. O esforço de recuperação é enorme, que se nota já nas muitas estradas e casas arranjadas, as casas graças à campanha “cimento e tinta”, isto é, as pessoas podem ir buscar gratuitamente cimento e tinta ao governo. O Huambo tem uma grande vantagem de recuperação da guerra face às cidades que não foram afectadas: tem pouquíssima gente! Não há quase ninguém nas ruas, carros, só os das ONG e os bairros de casas de adobe à volta são ínfimos, pelo menos a comparar com Luanda ou Lubango. Não dou mais do que 100.000 pessoas aqui à cidade.
O ajuntamento às pessoas locais é complicado. São um bocado desconfiadas (não sei se é bem o termo) e frias, o que dificulta o relacionamento e não seria de esperar considerando a minha experiência do Lubango.
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