sexta-feira, 10 de setembro de 2004

Molhar o pãozinho no sangue

Na semana passada, logo na 2ª para começar bem a semana, sou surpreendida em casa por um pedido de ajuda ao centro de saúde às 21:45 (não esquecer que vivo com um médico) porque um carro tinha sido atacado a cerca de 10 km da minha aldeia, no meio do mato, por volta das 18 horas (é noite escura às 18). O bom disto foi que tivemos luz até às 24 horas, mais duas horas que o normal. O mau é que foram mortas a tiro 2 pessoas e feridas mais 2. Eu, que nunca tinha sabido nada de armas, começo a familiarizar-me com esta coisa de armas e tiros e bombas e ameaças de morte e etc. Aqui é tudo normalíssimo e encarado com muita naturalidade. E “molhar o pãozinho no sangue”, como eu costumo chamar a ficar a ver a desgraça alheia, é muito tradicional por aqui.

Sem comentários: