Depois de
outras experiências não muito fantásticas com as minhas colegas do Pilates em
Paris, hoje posso dizer que tive uma experiência inesperadamente fora de série.
Ao sair da aula, estava um dia maravilhoso, não obstante as previsões dizerem
que ia chover. Como de costume, mesmo quando estava a nevar, resolvi fazer
metade do caminho para casa a pé, em vez de me ir meter no escuro, sujo e
deprimente metro.
Uma colega que tinha acabado de conhecer ia a pé na mesma
direcção e meti conversa no meu francês enferrujado. Ela costumava fazer o
caminho do 3ème até ao 7ème, onde habita, a pé. São apenas 3 km. Eu não consigo
ir totalmente a pé para casa porque ainda são 12,5 km (estou bem nos
arrabaldes). Mas perguntei-lhe se podia ir com ela até perto da casa dela e
assim praticar o meu francês pelo caminho e assim fizemos. Fomos na conversa
até à casa dela, não necessariamente pelo caminho mais curto, mas mais pelo
caminho mais bonito. E se estava bonito!
Falámos sobre as aulas de Pilates, sobre
as nossas profissões, sobre o que faríamos com um curso de Pilates, sobre o que
eu devia fazer para praticar francês (nomeadamente inscrever-me em eventos no
On Va Sortir, coisa que ela própria fazia) e outras coisas banais. Acabámos por
chegar a casa dela e ela convidou-me para subir para o “aperô”! Cerveja Amber,
frutos secos, lentilhas e aperitivos secos vindos de uma viagem à Índia.
Trocámos experiências sobre a Índia, mas as dela muito mais fantásticas, já que
são mais recentes e ela lá ficou meses a viver com várias famílias de várias
regiões. Falámos essencialmente sobre viagens, sobre a história recente dos
países islâmicos, nomeadamente um país em particular, a Argélia, e sobre
política francesa.
Foi fantástico, diria mesmo um privilégio, ter sido
convidada em França para uma casa para um “aperô”. Tomara poder retribuir um
dia, fazendo um maravilhoso polvo à lagareiro, que ela disse que tinha adorado
quando foi a Portugal!
Umas
particularidades curiosas da minha nova amiga:
- É doutorada
em engenharia informática. Até ao acaso, a primeira pessoa que conheço em
França é engenheira informática, a sério?!
- Não
surpreendentemente, a primeira pessoa com quem consegui trocar mais de 2 frases
em França (e foi muito mais do que isso) não é originalmente francesa. Tem
origens argelinas!
https://www.youtube.com/watch?v=xiWai4HavdQ
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